novo sistema operacional huawei

Novo Sistema Operacional Huawei (Hong Meng)

As coisas não estão fáceis para a gigante chinesa Huawei, onde as medidas adotadas pelo mandado de Donald Trump (EUA), está afetando significativamente a produção de smartphones da marca, além é claro de colocar os engenheiros para pensar e trabalhar 24hs por dia no desenvolvimento de um plano B.

Hoje a Huawei ainda estuda algumas medidas jurídicas contra a proibição do governo americano, pois não deseja deixar de utilizar o software do Google e também opções da Microsoft, mas no caminho que estão as coisas a solução será trabalhar para finalizar o Sistema Operacional Huawei e produzir os próprios semicondutores para seus smartphones.

O novo Sistema Operacional Huawei já tem até nome, “Hong Meng”, que em uma tradução literal significa a atual situação da empresa “Um sonho vermelho”.

Para quem acha que este SO da Huawei só está saindo do papel agora em decorrência dos bloqueios dos Estados Unidos, está enganado. A marca já prevendo o seu sucesso no mercado, está desenvolvendo uma possível alternativa para o Android a mais de 7 ano, desde o início de 2012.

O início dos projetos foi em decorrência das poucas negociações comerciais entre Washington e Pequim, que até mesmo antes de Trump já não caminhavam bem.

Urgência na criação

Mas desde 2012 o desenvolvimento não era uma prioridade, pois a empresa acreditava que a relação com o Android duraria por mais tempo. Com os último decretos, o sistema está previsto para ser lançado ainda neste outono ou durante a primavera de 2020.

Os desenvolvedores pretendem usar o SO em todos os aparelhos Huawei e que também eles sejam compatíveis com 100% dos aplicativos já utilizados no Android, criando a própria “Play Store”.

Outra urgência será com relação a fabricação dos próprios semicondutores.

Base para o desenvolvimento

Como o Android conta com um código aberto, diferente do iOS, a empresa deve ter optado por usar o próprio Android como base para o Hong Meng.

Já com relação aos semicondutores, a China já conta com tecnologia para desenvolver seus próprios chips e caso seja necessário, há outras parcerias além dos Estados Unidos que podem resolver o problema.

O problema está no mercado externo

Quanto ao mercado chinês, a Huawei está tranquila, afinal hoje o sistema operacional utilizado no país já é baseado no código aberto e conta com diversas restrições a aplicativos ocidentais.

A censura e segurança nacional a anos não permitem o uso dos aplicativos Google e das principais empresas globais. Foi desenvolvido um “ecossistema” tecnológico único, onde bilhões de chineses já estão acostumados.

Para ter uma noção, por lá não existe o WhatsApp ou Telegram, mensageiro instalado nos smartphones é o WeChat. A rede social de 120 caracteres (ou mais) é o Weibo em vez do Twitter. No transporte o chinês usa o aplicativo Didi em vez do Uber e o principal mecanismo de busca no país é o Baidu e não o Google. Tudo isso ocorre praticamente desde o início da era tecnológica no país.

Internamente vai tudo bem, mas o grande problema para as finanças da Huawei é com relação ao mercado externo, que não utiliza nenhum destes aplicativos mencionados. A Europa é responsável por fornecer praticamente 30% de toda a receita da empresa.

São mais de 206 milhões de aparelhos vendidos em 2018 para a Europa, América Latina e leste da Ásia, onde grande parte dos consumidores usam Android e seus aplicativos.

O ponto é que todos estão preocupados com relação ao futuro da empresa, afinal querem poder acessar o Google Maps, fazer pesquisas no Google, utilizar o Twitter, continuar com as chamadas via WhatsApp e Hangouts, publicar suas fotos no Instagram, assistir vídeos no YouTube e tudo o que o Android proporciona diariamente para os usuários.

Recentemente uma pesquisa aponta que as vendas da Huawei devem cair 25% nos próximos meses, antes mesmo do lançamento do novo sistema operacional.

Para a marca a dificuldade não está no desenvolvimento do Sistema Operacional Hong Meng, o grande problema é deixa-lo funcional para o atual mercado externo.

Todos os desenvolvedores estão trabalhando muito para criar versões específicas dos aplicativos para que possam rodar em paridade com as versões do Android.

Temos um exemplo clássico de que não é uma tarefa fácil, pois o próprio Windows Phone e BlackBerry até hoje não estão entre as opções mais desejadas pelos consumidores, pela escassez de aplicativos funcionais. Eles até tentaram, mas os aplicativos contam com suas diferenças e isso deixa o consumidor sempre com um pé atrás.

Mesmo que sejam desenvolvidos aplicativos equivalentes e que funcionem no mesmo ritmo dos app Android, a Huawei tomará um enorme prejuízo até que eles fiquem estabilizados no mercado.

  • O Sonho Vermelho é uma bela definição para o futuro da Huawei caso as negociações com Washington falhem.